sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Sinfonia da Chuva

E o vento nos coqueirais buscarão em nosso nome um raio que acenda o entardecer revelando a fotografia dos teus olhos cheios de mistérios, cílios esvoaçantes e gotas de sal descendo à face tentando confundir inconscientemente minhas indagações.

É notória a impaciência em nossos passos desencaminhando a pressa venosa da insistência que nos abate

Haverá chuva, sim; terá que haver,
Pois não teria a mesma beleza um passeio sob o sol a pino.

Sem as vestes encharcadas da energia que a chuva traz.

Todos se esconderão em seus lares amedrontados com os trovões.  Nós não.

Pois as taças de cristal guardei para o brinde com a doce água da chuva , sem pactos mentirosos, sem juramentos, sem julgamentos. Nada mais... Temos a verdade e assim caminharemos sempre.

Desde bem antes de tua chegada resguardei-me, e mesmo com todo o frio que senti no gelado inverno tive o corpo intocável - diferente da personagem que criei -, fui apenas menina, quase criança precisando de afago.

Foi simplesmente respeito a mulher em mim, pois o amor é limpo e lavado.
Assim será, com gotas de chuva onde dançaremos, onde correremos a bricar.

Pensando bem, a chuva é bem capaz de nos recepcionar com a sinfonia de seus pingos.


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário