terça-feira, 6 de setembro de 2016

Despropósito (?)

Onde me achas a cada dia!?
Nas cidades e ruas que escolhestes para eu caminhar só ao calar-te na tua incerteza da fome e da sede que sabias que desvaneciam também a mim, a tua febre de presença foi a mesma que senti durante tua ausência tão doída em mim envolvendo-me o corpo e a alma numa solidão sem precedentes a levar-me ao mar e banhar-me ao sal das marés lembrando lágrimas soltas por mim em tua pele clara e macia ao tocar teu rosto.

Em todas as ruas e cidades vi teu riso e te senti. Despi-me de meus medos para doar-me a um amor que via nascer iluminado.

Ando do lado de dentro de uma porta fechada por ti, onde o desejo é mais forte que eu. Ao cançar-me durmo sobre as tantas palavras que diziamos e sobre os beijos jogados ao chão com os versos que não me vem sem ti. Estática me vejo a olhar minhas mãos que se cruzam ao lembrar das tuas naquelas noites em que precisávamos do amor que nascia calmamente em nós.

Viestes guardando os segredos e os tantos sentimentos fechados em teu peito a transpassar minha pele morna, privando-me do calor do toque de tuas mãos tão minhas.

Quantas vezes nos demos as mãos na madrugada fria ?
Não tenho medo do que sinto após abrir-me para sua urgência de vida que também é minha.

Sem esquecer-te mergulho nos lençóis contando as horas de te ver sem medo e dando a mim o crédito de mostrar-me sua sem a necessidade de entendermos o que amamos em nós, por que só pode ser de uma imensa grandeza.

Quero cuidar de ti.
Quero-te mais que qualquer coisa que todos os deuses possam oferecer-me

Espere-me. Vou encontrar-te.

Corina Sátiro - 05/09/2016

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