segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Busca


Se hoje prefiro estar só, por que abordas-me sobre o que faço e o que quero, ou como estou e onde vou em minha quietude?
Renasci nas horas que se passaram naqueles meses, no ano que findou  lentamente e que já não existe em meu tempo. Meu calendário rasgou-se na solidão imposta que escolhi para mim.
Assexuei-me por um tempo... Assim quis, por mim. Apenas por mim. Portanto, não irei a leilão e não estou nas esquinas. Nunca estive, como bem sabes.  Sou a minha própria mão a buscar-me devagar e gentilmente para o novo.
O que pensas que ainda tens de minhas dores que se foram junto ao cançaço de observar-te sempre irredutível?
 Já não me são incompreensíveis tuas ações irracionais.
Se queres o meu amor, sim, tens. Não o que nos trazia urgência e nos fazia livres durante o prelúdio da nudez.
Se o queres,  transforma-o em luz que prepara teus caminhos ilusórios, em flores azuis, ou naquelas estrelas que costumávamos observar da varanda nas noites enluaradas.
Quantas vezes preciso dizer-te que o amor nunca morre? Vive para sempre. Apenas transforma-se.
Em nosso caso trouxe-me o silêncio e a tranqulidade. Foi transformado em distância e posteriormente será risos.
Acho que tu não viu meus medos, meus calafrios na madrugada, tampouco ouviu meu silêncio que te pedia simplesmente paz, pois era o que eu precisava.
Preparou-me a comida e a frieza de meus olhos ao deixar-te ir.

Lembre-se do o amor trasmutado. Não morto, mas das mudanças que a vida a ele impôs.

Corina Sátiro - 13/09/2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário