Rogo.
Rogo aos espelhos da casa que mostrem a mim uma alegria ao acordar
Estou
queimando e as feridas a deriva me doem o coração que arranco pela boca de uma só vez
Para
que tê-lo se as batidas me incomodam?
Posso
ouvi-las bem alto com sua sofreguidão
Minha
mão não cabe em minha garganta apertada de medo
Mas
teria que arrancá-lo antes de morrer
E
fora feito o parto a Fórceps de um coração que me trazia todos os outros corações
que guardara com zelo quando esticava o físico da infância a adolescência e por
fim na idade das pessoas adultas já que a criança permaneceria em mim para
sempre.
Encontro-a
pela casa e jardim quase sempre a brincar com as bonecas de pano que foram
guardadas no sótão, ou a suspirar numa brincadeira das três marias balbuciando
palavras aos amigos imaginários
Esta
menina é feliz, mas foge-me quando a mulher solitária e serena volta.
Corina
Sátiro – 23/08/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário