terça-feira, 13 de setembro de 2016

Dama de Louça

Hoje fui triste.
Não sei a que horas por que estava rindo e dispersa.
Feroz na voz, enjaulada em ruas sem fim, caçada...
Não fui vencida e não sou anjo, voo e não tenho limites, o infinito é minha casa mais próxima.  
Com voz estridente gritei para que abrisses os olhos e me ouvisse,
E tentei dizer que não é bom ficar assim, somos a canoa que virou.
Verdade, virou numa queda sem nenhuma gota D`água.
A Verdade sobre ti, não sei.
Fui vencida.
Não te quero mais,
Não sou domesticável como pensas, submissa ou não, sou a dama que se quebra.
Não tem solução, as verdades doem.
Não fui banida... Por que não fui? Não sou heroína. Sou alma.
Sou a dama que viaja no trem para os confins, no fim.
Hoje não me gosto, mesmo que rindo e dançando,
Hoje estou cruel, num dia de adivinhações,
Ferindo meus próprios olhos..
Qual é a mágica que me traz pureza e risos a estas horas?
Qual é o risco de não viver sorrindo?
Não tenho medo de chorar.
Nunca tive.
Não quero! Não quero!
Chega de falar com olhos que nunca me viram,
Com bocas que não me falam.
Fecho os olhos.  Fecho a porta.
Fui perdida, fui vencida.

Corina Sátiro – 12/09/2016

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