A enorme faca motorizada viria do lado oposto para atingir uma irmã indefesa
A tontura me veio com a náusea e senti a dor em meus olhos que a tudo assistiam
Minha vértebra curvou-se como roda gigante me levando ao chão
Enquanto a irmã araucária dobrava-se ao ser decepada
Algumas lágrimas
desceram em meus olhos ao assistir a irmã degolada
Que também chorouAmaldiçoei por milênios o ser da enorme faca motorizada que usava vestes de couro cru e botas longas
Era uma dor de morrer
A araucária e
seus filhos choravam, e lágrimas desciam às pedras que as amparavam criando
lagos
Meu choro era
silencioso e tinha uma visão quase mórbidaAs montanhas não são inóspitas! Não são, não.
São santuários!
Minha vértebra curvada tal como roda gigante me transformava em uma roda a despencar no abísmo do absoluto desrespeito de meu irmão
Então vi a irmã dormir para sempre enquanto suas
sementes
Deitavam-se ás margens
do rioPrecisava pegá-las!
Precisava cuidá-las...
Adormeci da dor que era a maior que já havia sentido: impotência
Achei que teria sido tomada pelo “Mal da Montanha” - antes fosse
Voltei a amaldiçoar o ser das vestes de couro cru: meu semelhante
E gritei:
"Acordem nossas crianças para isto!"
" Acordem nossas crianças!"
22/09/2016
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