quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Teus Olhos

Se algum dia

Ainda que por fração de segundos

Perdesse a profundidade dos teus olhos

Peregrinaria sem rumo no etéreo.

Peregrinaria, sim.
 
E por todos os dias meus lábios

Permaneceriam congelados numa neve rubra

Jamais vista antes do pôr-do-sol.

E meus dias e noites adormeceriam em silêncio

Por séculos e séculos.

E de minhas mãos nenhum gesto,

De meus olhos nenhum brilho.


Corina Sátiro.  -  maio/2004

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