domingo, 9 de agosto de 2015

Atos

Meu pequeno príncipe, não preciso de sábios momentos.
Não os gravo em minha memória curta e desajustada.
O quê me dizias mesmo de tuas madrugadas?
Das minhas tenho os guerreiros que lutam por minhas pernas bailarinas,
Quando me deito como criança e desperto adulta.
Uma louca tal qual aquelas que acharias nos cabarés;
Que vira e revira seus atos (falhos?).
Te deixa morrer com o desejo encoberto pelas flores que recebi do cavaleiro andante.
E na noite que morre me aconchego nos braços da armadura de ferro.
Meu grande príncipe, nem tal armadura tiraria minha candura
Ou meus olhares escaldantes que te observam mortificados nas camas alheias.
Onde te achas ou te perdes de ti,
Nasces ou morres para mim.
Não te tenho amor,
Mas minhas pupilas dilatam ao toque dos teus dedos.
Dos meus dedos já caem as unhas quebradas
E canto como sereia perdida nos rios doces a procura de um mar.
Tu te afundas ali em tais rios ao ouvir meu canto,
E te encanto por um só dia nalfragado em nós.
Então tu conheces meus atos,
Falhos ou não.


 10/03/2004

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