Ele
era mágico.
Brincava
de inventar sorrisos, porém não percebia
O
meu riso discreto de criança encantada que sem querer o acompanharia.
Não
conseguia ver!
Por
que não via?
Já me havia levado aos palcos e se mostrado
duende, bruxo ...
Ele
era mágico.
Será
que não sabia?
Já sei:
Não conhecia a sua magia,
Porque
este saber só era permitido a quem o via.
E
ele era mágico e não sabia!
Brincava
de dançar nos olhos e depois fugia
Deixando
a silhueta colorida a marcar sua volta.
Sequer
dava tempo aos espectadores para partir.
Amanhecia
e ele dormia em meus olhos de criança,
E
eu não precisava dizer que o veria novamente.
Ao
acordar, certamente me contaria histórias;
Ao
acordar brilharia como os vaga-lumes sobre minha cabeça aturdida;
E
se pensasse bem, me faria ralar os joelhos quando brincássemos de fugir,
Quando
corrêssemos pelos jardins e praças,
E
nunca ficaríamos tristes... Eu não ficaria!
Mas
ele era mágico e me excluía,
Porque
dos meus sonhos nada sabia!
Da
sua magia? Eu sabia.
E
ele era tão mágico, mas no meio da platéia não me via.
Corina
Sátiro – 30/07/1999