Não consigo descrever o que sinto.
E na espera do entendimento do que vivo vou seguindo pelas páginas "roubando" com olhos espertos as ilusórias dissertações e agradecendo as homenagens nos poemas que recebo.
Sufoquei a voz e agora estou sem palavras.
Não quero sambar em um carnaval fora de época apesar de lindas avenidas arrastarem-me os pés.
Por ora, aguardo minhas emoções dizerem algo novo, então prefiro o breu de minhas cavernas onde sinto-me segura.
Sem frio, sem medo, sem tempo certo, sem a luz do dia que arde em meus olhos, sigo o brilho das lanternas de minha história a catar palavras que possam descrever sentimentos confusos que desnorteam-me.
Meus olhos observam a negritude do dia escondido atrás das muralhas que crio na lentidão das horas.
Talvez vocês não entendam, mas lhes direi: há uma estranheza nos versos sem rima, mas não me importo, e deixei de interessar-me por coisas que "determinam" o que devo criar ou fazer. Criarei agora o que quiser.
Nada mais.
Me apego ao nada e atiro a esmo.
Não admiro o que escrevo neste caderno amarelado, apenas escrevo.
E não ligo para as opiniões por não me importar com críticas. Danem-se todos!
Sinto por isso. Não me julguem.
É sábio não julgar.
Interem-se pela lógica ao assuntar o que desconhecem.
Sigo assim, ainda me importo por mim e interesso-me apenas pelo que acho que devo trazer às mãos e as idéias
Fiquei em paz ao despedir-me das luzes de um olhar , senti-me livre ao esquecer o passado.
Estou no silêncio da profundidade dos rios e ouço o burburinho das águas que sacodem o leito borbulhando sons que desconheço sob a proteção de Iara.
Corina Sátiro - 15/10/2016
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