sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Aldeia


Passam-se as horas na aldeia onde estreito-me na rede de linho branco do pequenino chalé

Onde o sol batera quente deixando o cheiro da terra mais forte.

Visualizo o horizonte laranja.

Sua presença é tão forte que às vezes ouço seus passos,

Posso sentir suas mãos tocar meus cabelos.

A saudade tem o cheiro da chuva...

A mesma que acompanha este vendaval e não tem

Forças para apagar meus sonhos,

Pois são mais que belos; são mágicos!

Penso na distância e não quero pensar!

Preciso observar o horizonte que aos poucos escurece acalentando a aldeia.

Nos primeiros passos da noite contrasta com um pequeno ponto luminoso no céu.

Talvez seja algum amor perdido...

Quando amamos sem “freios” é natural a perda da direção e do espaço.

A noite joga-se por toda a aldeia trazendo só o silêncio, e eu adormeço sem você.

Sonho com lençóis de seda e frutos maduros.

Ouço a queda d’água na cascata que bate com violência nas pedras e rolam sem direção.

Estou sem direção.

Meu mundo é de água e desloca-se a caminho de um mar solitário.

Tudo é lindo e triste sem você.

Até quando terei que esperar por você?

No próximo ano a aldeia terá índios e uma festa linda,

Cheia de frutos e flores só para nós.

Cantaremos as canções dos nativos para espantar nossos medos.
                                                                                                                                            

Sátiro - 06/09/2015

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