Já não falo agora ; não escuto,
porque minhas mãos direcionadas aos céus clamam pelo fim da psicalgia no mundo.
Alguém lá em cima - talvez sonhando- espreguiça-se ao
bocejar revirando-se nas nuvens algodoadas.
Alguma coisa dissolve-se virando neve, causando tormento e frio. Ora, se não é o gélido São Pedro!? Tudo por querer pisar na Terra...
"Santos sempre sobrevoam a
Terra",- dizia minha mãe ao mirar meus olhos de criança curiosa enquanto o
padre rezava a missa de domingo.
Ontem chorei. Um choro de gente
assim... Ah!... assim meio animal! (quisera
eu sê-lo não somente parcial.) Rosnava e latia ao telefone para posteriormente
calar-me e em seguida sentar-me num
canto qualquer. Enquanto "São Pedro", derretido,
líquido, ainda escorria pelas vidraças
alcançando as ruas barrentas do meu
vilarejo; este que me acolhe sempre,
fazendo pensar nas estrelas, nos homens, no Deus Dono do mundo.
O
meu amor certamente estará pensando que sou
uma Mula-sem-cabeça , ou um Lobisomem.- criaturas folclóricas que
atormentam as crianças quando deitam-se
para dormir.