Deus do mar,
Deusa das marés,
Afastem de mim tal gigante que perambula em minhas noites,
Porque não foram meus os olhos que o guardaram através dos tempos.
Eu, meretriz das tabernas
Embriaguei-me com mágicos em lagos azuis.
Poderia ser somente do rei e estar feliz,
Beijar as paisagens do castelo de flores,
Amanhecer com o corpo orvalhado e puro.
Deuses dos ventos, assoprem!
Nos separem nos tempos,
Porque trouxemos as luzes das tabernas,
As cores dos lagos dentro das veias,
E tudo volta a ferver.
Por que me viestes ver?
Desço as escadas e choro contigo
Não deveríamos.
Afaste os tentáculos!
Sabes que não deveríamos sair do passado.
Entendo o meu medo de estar ao teu lado,
O arrepio no decorrer da madrugada;
Revejo o lenço em teu bolso quando os tentáculos
Eram mãos tão macias preservando-me a alma por todas as noites.
Por que me viestes através dos séculos navegar os olhos?
Jan/2004
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