Os rios transbordam meus medos na primeira
queda d` água,
E as luas que me veem
Dragam meus sonhos engolindo-me a vértebra,
fazendo doer os nervos.
Minha solidão é fruto de minha imaginação
fertilizada por tua imagem
Notória e veloz, muda como as ruas
Onde caminho só sob o céu em total abandono.
Há um monólogo onde falo dos temores
que habitam minha alma.
Abro meus olhos e me pergunto: sabes onde estás?
Mas que melancolia e essa que chega com as
lembranças?
Penso também que posso saber mais sobre a
diversidade dos caminhos...
Não quero saber sobre os teus caminhos.
Pergunto-me quais seriam os meus e me basta.
Por quanto tempo ilusoriamente ainda trarei
às lembranças
Os teus olhos observando as barcas que
atravessam o mar?
Ou ainda, as tuas mãos brancas deslizando
sobre uma folha de papel
Deixando-me um poema pela manhã
Corina
Sátiro – 05/03/2000