Deixe-me beber
contigo.
Se já bebemos tantas
palavras haveremos de beber juízos.
Bebemos palavras sem
vírgulas, dois pontos, ponto e vírgula, reticências...
Vê! Me emprestastes
alguns acentos.
Me emprestastes
aquele sorriso com gosto de água
cristalina,
E além de palavras
bebidas, sussurros impensados e cheios de beleza.
Deixe-me beber
contigo todas as palavras ditas às avessas.
Deixe-me inventá-las
na madrugada enquanto a noite assume sua postura de senhora,
Enquanto dormes.
Estamos no contexto.
Se quiseres, grite bem alto.
Mas há que se dizer
que palavras são sensíveis e podem não suportar
Sua própria
insensatez.
Verbalize-as com
recheio de rosas.
Eternize-as.
Esqueça-te do ponto
final.
Corina Sátiro -
14/04/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário