sábado, 18 de junho de 2016

Medo


Os rios transbordam meus medos na primeira queda d` água,

E as luas que me veem

Dragam meus sonhos engolindo-me a vértebra, fazendo doer os nervos.

Minha solidão é fruto de minha imaginação fertilizada por tua imagem

Notória e veloz, muda como as ruas

Onde caminho só sob o céu em total abandono.

Há um monólogo onde falo dos temores que habitam minha alma.

Abro meus olhos e me pergunto: sabes onde estás?

Mas que melancolia e essa que chega com as lembranças?

Penso também que posso saber mais sobre a diversidade dos caminhos...

Não quero saber sobre os teus caminhos.

Pergunto-me quais seriam os meus e me basta.

Por quanto tempo ilusoriamente ainda trarei às lembranças

Os teus olhos observando as barcas que atravessam o mar?

Ou ainda, as tuas mãos brancas deslizando sobre uma folha de papel

Deixando-me um poema pela manhã

 

Corina Sátiro – 05/03/2000

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