quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Na Berlinda


- O que são dias ensolarados ?
- Vida.

- O que a enfureceria ?
- Mentiras, falta de caráter, encenação...

- Onde está teu juízo ?
- Enraizado em fantasmas.

- De onde viestes ?
- De um arquivo morto.

- O que te encanta?
- A senssatez, a sinceridade, a lealdade e bons princípios.

- O que te acelera o coração ?
- O tudo de um todo.

- Quem tu levarias contigo se morresses agora ?
- Ninguém. Minha morte me levaria a caminhos permitidos somente a mim.

- O que ou quem te faria feliz ?
- Velas içadas para a partida ao mar aberto.

- O que te deixa irrequieta agora ?
- O sono dos injustos.

- Quais são tuas perspectivas para o futuro ?
- Encontrar meus amigos para festejar meu despertar.

- O que te acalma ?
- O voo noturno para plainar no horizonte olhando as estrelas sempre que me é permitido.

- O que percebes no amor ?
- O mais puro sentimento em sua total plenitude.

- O que  te faz sonhar ?
- Algumas lembranças.

- Para onde te leva o novo horizonte ?
- À esperãnça por dias melhores.

- O que te faz pensar e repensar ?
- A loucura que é estar aqui em meu corpo, em minha sobriedade, a paixão... Quando poderia estar simplesmente voando.

- O que queres agora, neste instante ?
- O perdão para seguir sem culpas mesmo estando ciente de que procurei dar de mim o melhor.

Corina Sátiro - 12/12/2016


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Decências


Às vezes teu corpo e mente falam-me em códigos decifráveis
E não fecho o cerco, aquieto-me simplesmente
E ater-me agora é preciso, pois se estou a tantas luas de distância...
Sou das regras, das rimas não encontradas, sorrindo em minhas avarias

O teu amor não é maior que o meu, e também não é menor
Sempre nos vemos, nos relemos, nos buscamos num colóquio sussurrado
Em nossas vidas há muitos passos a serem dados, há muitos palmos... já não sei quantos
Mas em total lucidez decreto: nossos rumos nunca serão vazios de amor, não, isso não!

Temos muito a nos dizer, temos muito a fazer
Agora temos os lábios fechados
Temos muitos insetos na teia
Vejo-te somente em sonhos e canções
Posto que não há o que tatear no claro, deslumbro-me no escuro véu em nós

Não morreremos
E não choraremos à toa
Temos muito tempo para amar em versos comedidos
Se não podemos  alarmar nossas decências

10/10/2016

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Escolhidos

Ei, menino !
Corra enquanto há tempo.
Não te iludas com desconhecidas ideologias, podes perder tuas vestes, sangrar pelos olhos e ouvidos e ainda ter teu povo oprimido e condenado ao porvir medonho tramado pelo que desconheces.
Chame teus amigos... Fiquem atentos !

Ei, meninas !
Mantenham-se sóbrias nas lutas que virão ao anoitecer e ao amanhecer, pois sei que chorarão ao despertarem sem teus filhos e teus espaços pelos campos, pois seus "proprietários" lhes tomarão.
Estejam atentas ou serão todas marcadas pelo sangue jorrado pelo porvir.

Não enssaiem santidade, sejam decentes como Maria - a mãe.
Ou serão Evas criadas se não ouvirem suas próprias almas.
Procurem em teus "eus" e entenderão.
Estejam atentas aos livros, muitos leram mentiras e estão nas gaiolas como pássaros adestrados a cantar para os cruéis


Ei, meninos e meninas!
O que lhes falo descobri. E adiante...
Posso ser a colheita dos malditos
Ou dos benditos.

06/10/2016

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Sensações


Há um emaranhado de percepções,  de ações e sensações loucas e desprovidas de sensatez que fervem em minhas indagações aos teus ouvidos enquanto deitamo-nos sobre o acolchoado que não nos percebe, não nos ouve e nada fala a respeito. Apenas nos sentem febris.

Somos dois corpos quentes que tremem em um piso frio e o aquece ao se entregarem à festa.
Então dançamos todos os ritmos, assistidos por nossos olhares fixos e falantes.

Misturam-se nossas vozes e pensamentos as notas de uma canção inebriante ao fundo, quase que fundindo-nos. E criamos a mais bela obra de arte:
Teu riso me olhando.

Corina Sátiro - 04/10/2016

sábado, 1 de outubro de 2016

Manifestação Religiosa

Eu e as pessoas.

Cidades, estados, países...
Amores, alegrias, tristesas, "guerras frias"...

Eu, feliz e radiante por ver alguém que amo dando seus primeiros passos em busca de um sonho que se fará real dentre tantos outros e tavez este alguém nem saiba o tamanho de minha alegria  - por estar completamente distante em razão deste sonho que acabou por tornar-se meu também.

Paro para pensar em cidades e capitais que -para mim - são caminhos de todo o mundo e para todas as pessoas.
São longas as minhas "estradas e viagens".

Bem-vindos ao nosso Brasil !!!

Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul...

Meus olhares cheios de luz para a Terra...

New York,  Paris, Frankfurt, Tokio, Pequim, Ankara, Kiev, Jacarta, Moscou, Bucareste, Londres, Abu Dhabi, Varsóvia, Ankara... Não daria para citar todas como gostaria, mas uma coisa é certa:  por tudo o que sei todos somos irmãos. Isto também me deixa feliz demais, infinitamente feliz!

Também sou feliz como eremita e penso que trata-se de herança dos ancestrais...

O cosmos é inspiração para meus poemas, e os irmãos de toda a natureza e espécie;  animal, vegetal, mineral, comigo estão neste livro que abro em meu peito para todos.

Minha mente expande-se a cada dia.

01/10/2016.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Desejos


Ruídos, susssurros, vozes que façam revelações íntimas mesmo que sem nenhum sentido.
Gosto de sentir cheiros, perfumes,
Gosto de suavidade nos carinhos... suavidade (nem sempre!) os quentes também me fascinam, me dominam... Não ao morno... Às vezes prefiro o que queima, pois existe em mim também a fera que se perde em seu instinto irracional...
Gosto de risos largos, afagos - corpo e alma - sempre.
Gosto de pensamentos que viajam e buscam mãos, braços abertos, olhos;
noites intermináveis quando a vontade é de que nem amanheça só pra ficar juntinha e adormecer.
Gosto do amor que se faz a toda hora,
Bocas que bebem o gosto dos sentidos aguçados, revelados...
Gosto do teu rosto, do teu riso,
Procuro tuas mãos, me acho,
te acho.

Corina Sátiro - 29/09/2016.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Passificar


Não, às perversas batidas do meu coração frio que podem matar a esperãnça dos olhares pueris -  o que seria inaceitável à vida e preciso ao breve futuro.

Não,  à impulsividade e a segurança das metades do fruto que queimaria ao receber o frio do sudeste desnorteando o litoral.
Não, à semeadura do trigo em terras inférteis. Não!

Vivo pela passagem do vento refrescando minhas limitações até que esfarelem-se e caiam ao solo.
 Vivo do rubor nas faces, e pelo que sinto queimem em meu espírito.

Corina Sátiro - 27/09/2016.