Não consigo escrever o que anseio
E na espera do entendimento do que vivo vou seguindo pelas páginas roubando meu próprio silêncio
Sufoquei a voz na falta de palavras
Não quero atender ao meu povo,
Prefiro o breu de minhas cavernas onde sinto-me segura
Sem frio, sem medo, sem vozes que machucam, sem a luz que dói em meus olhos... Agora sigo.
Estes meus olhos, mesmo fechados, observam a negritude do dia escondido atrás das cortinas que fecho
Talvez vocês não entendam o meu eu lírico
Porque há uma distância nos versos sem rima, e também deixei de interessar-me por coisas que "determinam" o que devemos criar. Criarei o que quiser. Nada mais. Me apego ao modernismo, e só.
Não admiro o que faço, apenas faço.
E também não ligo mais para as opiniões por não me importar com as críticas que acrescentam ou não algo novo.
Sinto por isso. Não me julguem. É sábio não julgar. Interem-se da lógica ao assuntar o que desconhecem.
Sigo assim, ainda me importo (?) por mim e interesso-me apenas pelo que acho que devo trazer às mãos
Fiquei em paz ao despedir-me das luzes de um olhar , senti-me livre de mim mesma ao esquecer o passado
Estou no silêncio da profundidade dos rios e ouço o burburinho das águas que mexem o leito borbulhando paz.
Corina Sátiro - 22/08/2016
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