Queimo
a língua em labaredas e digo que
Nem
todos os mortos são hostis.
Na
agonia do limbo seco e sem flores te dão as mãos
E
sem entendimento desvencilham-se dos caminhos iluminados.
Pés
plantados nos raios de luz e na lama gelada do pântano...
Sentemo-nos
para ouvir o coral angelical que brilha ao meio-dia.
Mentiram.
Isto não é o limbo!
Fecharam
as celas.
Os
carcereiros nos limitaram o espaço, o tempo e o conhecimento.
Atiraram-nos
dentro desta esfera sem luz e nos envenenaram com mentiras.
Puseram
cicuta em nossas bebidas.
Nossa
única sorte é a subsistência.
Sairemos
deste tétrico lugar.
Inspiremo-nos
na lagarta. A metaforfose.
As
respostas!
As
verdades!
As
malditas palavras soltas sob minha testa não me respondem nada.
As
cordilheiras gemendo no frio calmo que nos levam e trazem lembram-me
Que
emergi do inferno trazendo em cada mão um punhado de diamantes brutos.
A
estas horas envelhecidos estão e de nada me valem.
Arruinei-me
ao contar com o relógio
As
horas se foram levando resquícios das palavras soltas sem nenhum propósito
Ignoro-as
tentando dizer-me algo que ressuscite-me.
Adormecidas
estavam em um beco gelado no limbo, e eu as vi.
Fazem
parte do inferno.
Meus diamantes brutos deslizam no lodo a caminho do abismo, não importa.
De nada me valem.
De nada me valem.
Nenhum
ruído ouço agora.
Manifesto
apenas apenas a dor das limitações.
21/10/2006
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