quarta-feira, 24 de junho de 2015

Ave Noturna

O meu tempo desloca-se há anos-luz no teu espaço aberto.
À que mal me submetes com teu olhar de ave noturna?
Voas na escuridão rumo ao primeiro raio de sol
Enquanto eu, em silêncio te espero pousar arrastando as asas
A poeira que  escurece meus olhos desolados
Eu, tal bicho rasteiro, sem propósitos ou lucidez
Ao desprender-me do pobre corpo acompanho-te.
Ganho os céus, as tempestades de vento e areia nos desertos.
Decerto exauri-me de ver-te voar só
Um dia meus pés
Mantiveram-se presos a terra.

Corina Sátiro – 08/02/1987

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