Arde saber que quem não vê os rios não entenderá as correntezas, e que nada há de se revelar num mundo silencioso e sem luz.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
O Três
Ando atrelando ao meu lirismo contemporâneo a forte emoção conturbada
Das três irmãs,
Da regra três,
Das três horas - madrugada.
Do terceiro mês - nascimento do príncipe esquizofrênico,
meu herdeiro sobrinho...
Com roupinhas amarelas aos três anos em uma foto antiga comendo giló e bananas com gula de gente grande.
O príncipe chorou muitas vezes e eu desesperava-me dando-lhe colo.
Menino chorão e belo, rico em expressões, às vezes palhaço rindo...
Por outras vezes rindo do palhaço imaginário.
O três - terceiro olho - sexto chakra...
As Três Marias nos olhando a passear nos parques, a jogar bola, brincar de esconde-esconde...
O pequeno príncipe cresceu e anda a divagar... Mas na realidade, tinha três irmãos.
Três - ASS - letras iniciais de seu nome.
Te guardo em mim nesta distância, menino príncipe.
Te guardo, sempre...
Sempre guardarei.
Corina Sátiro - 26/09/2016
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Encastelados
Vamos?
Vem comigo!
O mar tá sorrindo pras gaivotas hoje, tá cheinho delas brincando, banhando-se nas águas.
Vem!
Preciso te mostrar...
Corre comigo!
Surpresa!
Com os grãos de areia ergui um castelo.
Podemos entrar nele!
Subamos as escadas e olhemos da torre.
Olhe a vista pro mar agora, os cardumes que fogem dos pescadores,
as ondas que dançam por nos perceber a admirá-las.
Daqui, você eu poderemos escrever poemas, crônicas...
Os marinheiros sorrindo no cais em sua volta pra casa, os barcos que dançam no azul das águas... É mágico!
Ah, neste castelo plantei os sonhos que colhi na infância.
Corridas pela chuva,
Chutes nas poças d'água,
Banhos nas calhas das casas...
Ergui-o na noite em que caminhei só, observando o farol girando e brincando de colorir meus olhos sentados em um arco-íris escorregando nas cores que dele saiam.
A Terra girava comigo.
Os edifícios giravam soltando flores pelas janelas...
Vem comigo!
Vem!
Corre comigo!
E quando nos cansarmos,
Sentaremos na praia segurando os grãos de areia sem deixá-los esvairem-se entre nossos dedos.
Corina Sátiro - 22/09/2016
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sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Fuga
Um animal aprisionado pode arruinar-se, e debater-se até que lhe abram portas às trilhas
Então os parques se abrem num campo de flores a olhar o coração frágil e pulsante que suplica caminhos livres para a fuga
Em passos longos adentro a noite e sei que ela é guardiã das frágeis criaturas que sofrem uma espécie de metamorfose espiritual
Percebendo que há luzes nos céus salto no tempo a correr
Outro horizonte:
Outra trilha paralela leva-me às ruas
onde caminharei até ao amanhecer e despertarei noutra vida sem os temidos predadores
Novos horizontes me levam a viver
O nevoeiro dissipa-se aos poucos e corro de minhas ilusões a procurar a máquina do tempo para voltar a reecontrar-me em tempo real
Talvez possa voltar ao meu habitat quando a harmonia fizer morada em
meu jardim.
Em minha volta os predadores saciados já estarão a trilhar outros rumos.
16/08/2016
Então os parques se abrem num campo de flores a olhar o coração frágil e pulsante que suplica caminhos livres para a fuga
Em passos longos adentro a noite e sei que ela é guardiã das frágeis criaturas que sofrem uma espécie de metamorfose espiritual
Percebendo que há luzes nos céus salto no tempo a correr
Outro horizonte:
Outra trilha paralela leva-me às ruas
onde caminharei até ao amanhecer e despertarei noutra vida sem os temidos predadores
Novos horizontes me levam a viver
O nevoeiro dissipa-se aos poucos e corro de minhas ilusões a procurar a máquina do tempo para voltar a reecontrar-me em tempo real
Talvez possa voltar ao meu habitat quando a harmonia fizer morada em
meu jardim.
Em minha volta os predadores saciados já estarão a trilhar outros rumos.
16/08/2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
Dama de Louça
Hoje
fui triste. Não
sei a que horas por que estava rindo e dispersa.
Feroz na voz, enjaulada em pensamentos sem fim...
Feroz na voz, enjaulada em pensamentos sem fim...
Não
fui vencida e não sou anjo, voo e não tenho limites, o infinito é minha casa
mais próxima.
Com voz estridente gritei para que abrisses os olhos e me ouvisses,
E tentei dizer-te que a canoa virou.
Das verdades, não sei.
Não te quero mais,
Não sou domesticável como pensas, sou a dama que se quebra.
Não fui banida... Por que não fui? Sou alma.
Sou a dama que viaja no trem para os confins do fim.
Hoje não me gosto, mesmo que rindo e dançando.
Hoje estou cruel, num dia de adivinhações,
Ferindo meus próprios sentimentos
Qual é a mágica que me traz pureza e risos a estas horas?
Qual é o risco de não viver sorrindo?
Não tenho medo de chorar.
Nunca tive.
Chega de falar com olhos que nunca me veem,
Com bocas que não me falam.
Fecho os olhos, fecho a porta.
Fui perdida, fui vencida.
Com voz estridente gritei para que abrisses os olhos e me ouvisses,
E tentei dizer-te que a canoa virou.
Das verdades, não sei.
Não te quero mais,
Não sou domesticável como pensas, sou a dama que se quebra.
Não fui banida... Por que não fui? Sou alma.
Sou a dama que viaja no trem para os confins do fim.
Hoje não me gosto, mesmo que rindo e dançando.
Hoje estou cruel, num dia de adivinhações,
Ferindo meus próprios sentimentos
Qual é a mágica que me traz pureza e risos a estas horas?
Qual é o risco de não viver sorrindo?
Não tenho medo de chorar.
Nunca tive.
Chega de falar com olhos que nunca me veem,
Com bocas que não me falam.
Fecho os olhos, fecho a porta.
Fui perdida, fui vencida.
Corina
Sátiro – não datado
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Busca
Se hoje prefiro estar só, por que abordas-me sobre o que faço, o que quero, ou como estou e onde vou em minha quietude?
Renasci nas horas que se passaram naqueles meses, no ano que findou lentamente e que já não existe mais.
Sou a minha própria voz a chamar-me baixinho e gentilmente para o novo.
Quantas vezes preciso dizer-te que o amor nunca morre? Vive para sempre. Apenas transforma-se.
Corina Sátiro - 13/09/2016
"A Casa Do Fim Da Rua"
Tento entender o que vejo em fotos que podem ter sido recentemente tiradas ou há milênios desenhadas...
Lembrando-os que meus olhos podem confundir as visões que tenho,
pois a miopia me põe a usar óculos ou lentes
Meus olhos não percebem bem muitas cores e não enxergam somente dores
Apenas veem coisas sombreadas ou iluminadas, tais imagens me parecem estradas sinuosas.
Uma tintura ou um grafite mostram um rabisco na vida de alguns, num momento de alegria ou de tristeza.., Outros me mostram a paz evidente em algumas cores que os tomam
Com sorrisos mortos ou vivos eu os vejo em seus amores perdidos ou encontrados; ou em suas alegrias numa grande euforia que confundem-me
Surpreendo-me ao não ver meu sexo, e penso que nunca o tive, mas sou uma mulher.
Teriam desenhado também minhas tantas vidas, faltando-me apenas a chegada a este recinto desconhecido onde não sou nada?
Por que estou aqui?
Lembro-me de ter chorado ao descobrir tais coisas ocultas aos meus olhos adolescentes
Quando adentro tais quadros o tempo está parado para os que lá "vivem".
Alguns têm olhos mortos, outros os têm ainda vivos, e muitos estão numa sobrevida.
Posso vê-los
Suas mãos não acenam e seus braços não abraçam mais, apenas buscam e precisam de outros braços que os levem a saída... Onde está a saída?
Sinto emoções diversas e inenarráveis
São muitas salas e jardins, nem sempre sei o que fazer...
Eles estão ali em minha mente?
Moldo-me à luz e sinto a leveza do ar nos tais quadros luxuosos e brilhantes
Observo o cristal que se sobrepõe ao espelho que reflete a luz que vem do porão que vasculhei à procura de explicações.
Devo esclarecer que não sofro de esquisofrenia.
Talvez esteja aos pés de meus rumos ou missão...
Acordo a pensar e sinto a leveza nos recintos onde caibo
12/09/2001
Lembrando-os que meus olhos podem confundir as visões que tenho,
pois a miopia me põe a usar óculos ou lentes
Meus olhos não percebem bem muitas cores e não enxergam somente dores
Apenas veem coisas sombreadas ou iluminadas, tais imagens me parecem estradas sinuosas.
Uma tintura ou um grafite mostram um rabisco na vida de alguns, num momento de alegria ou de tristeza.., Outros me mostram a paz evidente em algumas cores que os tomam
Com sorrisos mortos ou vivos eu os vejo em seus amores perdidos ou encontrados; ou em suas alegrias numa grande euforia que confundem-me
Surpreendo-me ao não ver meu sexo, e penso que nunca o tive, mas sou uma mulher.
Teriam desenhado também minhas tantas vidas, faltando-me apenas a chegada a este recinto desconhecido onde não sou nada?
Por que estou aqui?
Lembro-me de ter chorado ao descobrir tais coisas ocultas aos meus olhos adolescentes
Quando adentro tais quadros o tempo está parado para os que lá "vivem".
Alguns têm olhos mortos, outros os têm ainda vivos, e muitos estão numa sobrevida.
Posso vê-los
Suas mãos não acenam e seus braços não abraçam mais, apenas buscam e precisam de outros braços que os levem a saída... Onde está a saída?
Sinto emoções diversas e inenarráveis
São muitas salas e jardins, nem sempre sei o que fazer...
Eles estão ali em minha mente?
Moldo-me à luz e sinto a leveza do ar nos tais quadros luxuosos e brilhantes
Observo o cristal que se sobrepõe ao espelho que reflete a luz que vem do porão que vasculhei à procura de explicações.
Devo esclarecer que não sofro de esquisofrenia.
Talvez esteja aos pés de meus rumos ou missão...
Acordo a pensar e sinto a leveza nos recintos onde caibo
12/09/2001
sábado, 10 de setembro de 2016
Montes Verdes
Precisei ir ao monte e lá acho que encontrei as respostas para minhas perguntas.
Quantas coisas perdemos. Deslizaram-se de nossas mãos.
Tive dó de nós.
Se estivesses aqui verias a cidade lá em baixo toda iluminada.
A vista daqui traz as estrelas para bem perto, posso senti-las queimar-me.
Uma luz muito intensa percorre meu corpo fazendo-o tremer. Minha mente expande-se.
Gosto de estar aqui - onde encontro meus pirilampos
Nos jardins deste lugar onde existem flores a olhar-me... Mas tudo bem. Tudo está bem agora.
Ri de seus risos e agora estamos aqui dentro de nós.
Não chore.
Ainda existe o infinito.
Corina Sátiro - 10/09/2016
Quantas coisas perdemos. Deslizaram-se de nossas mãos.
Tive dó de nós.
Se estivesses aqui verias a cidade lá em baixo toda iluminada.
A vista daqui traz as estrelas para bem perto, posso senti-las queimar-me.
Uma luz muito intensa percorre meu corpo fazendo-o tremer. Minha mente expande-se.
Gosto de estar aqui - onde encontro meus pirilampos
Nos jardins deste lugar onde existem flores a olhar-me... Mas tudo bem. Tudo está bem agora.
Ri de seus risos e agora estamos aqui dentro de nós.
Não chore.
Ainda existe o infinito.
Corina Sátiro - 10/09/2016
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