quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Escolhidos

Ei, menino !
Corra enquanto há tempo.
Não te iludas com desconhecidas ideologias, podes perder tuas vestes, sangrar pelos olhos e ouvidos e ainda ter teu povo oprimido e condenado ao porvir medonho tramado pelo que desconheces.
Chame teus amigos... Fiquem atentos !

Ei, meninas !
Mantenham-se sóbrias nas lutas que virão ao anoitecer e ao amanhecer, pois sei que chorarão ao despertarem sem teus filhos e teus espaços pelos campos, pois seus "proprietários" lhes tomarão.
Estejam atentas ou serão todas marcadas pelo sangue jorrado pelo porvir.

Não enssaiem santidade, sejam decentes como Maria - a mãe.
Ou serão Evas criadas se não ouvirem suas próprias almas.
Procurem em teus "eus" e entenderão.
Estejam atentas aos livros, muitos leram mentiras e estão nas gaiolas como pássaros adestrados a cantar para os cruéis

Ei, meninos e meninas!
O que lhes falo descobri. E adiante...
Posso ser a colheita dos malditos
Ou dos benditos.

06/10/2016

sábado, 1 de outubro de 2016

Manifestação Religiosa

Eu e as pessoas.

Cidades, estados, países;
Amores, alegrias, tristesas, guerras frias...

Paro para pensar em cidades e capitais que, para mim, são caminhos de todo mundo e para todas as pessoas.
São longas as minhas estradas e viagens.

Bem-vindos ao nosso Brasil !!!

Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul...

Meus olhares cheios de luz para a Terra...

New York,  Paris, Frankfurt, Tokio, Pequim, Ankara, Kiev, Jacarta, Moscou, Bucareste, Londres, Abu Dhabi, Varsóvia, Ankara... Não daria para citar todas como gostaria, mas uma coisa é certa:  por tudo o que sei somos todos irmãos. Isso também me deixa feliz demais, infinitamente feliz!

Também sou feliz como eremita e penso que trata-se de herança dos ancestrais.

O cosmos é inspiração para meus poemas, e os irmãos de toda a natureza, espécie e estrelas. Animais, vegetais, minerais... estão comigo neste livro que abro em meu peito para todos.

Minha mente expande-se a cada dia.

01/10/2016.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O Três


Ando atrelando ao meu lirismo contemporâneo a forte emoção conturbada
Das três irmãs,
Da regra três,
Das três horas - madrugada.
Do terceiro mês - nascimento do príncipe  esquizofrênico,

meu herdeiro sobrinho...
Com roupinhas amarelas aos três anos em uma foto antiga comendo giló e bananas com gula de gente grande.

O príncipe chorou muitas vezes e eu desesperava-me dando-lhe colo.
Menino chorão e belo, rico em expressões, às vezes palhaço rindo...
Por outras vezes rindo do palhaço imaginário.

O três - terceiro olho - sexto chakra...
As Três Marias nos olhando a passear nos parques, a jogar bola, brincar de esconde-esconde...

O pequeno príncipe cresceu e anda a divagar... Mas na realidade, tinha três irmãos.

Três - ASS - letras iniciais de seu nome.

Te guardo em mim nesta distância, menino príncipe.
Te guardo, sempre...
Sempre guardarei.

Corina Sátiro - 26/09/2016

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Encastelados


Vamos?
Vem comigo!
O mar tá sorrindo pras gaivotas hoje, tá cheinho delas brincando, banhando-se nas águas.
Vem!
Preciso te mostrar...
Corre comigo!

Surpresa!

Com os grãos de areia ergui um castelo.
Podemos entrar nele!
Subamos as escadas e olhemos da torre.

Olhe a vista pro mar agora, os cardumes que fogem dos pescadores,
as ondas que dançam por nos perceber a admirá-las.
Daqui, você eu poderemos escrever poemas, crônicas...

Os marinheiros sorrindo no cais em sua  volta pra casa, os barcos que dançam no azul das águas... É mágico!

Ah, neste castelo plantei os sonhos que colhi na infância.
Corridas pela chuva,
Chutes nas poças d'água,
Banhos nas calhas das casas...

Ergui-o na noite em que caminhei só, observando o farol girando e brincando de colorir meus olhos sentados em um arco-íris escorregando nas cores que dele saiam.

A Terra girava comigo.
Os edifícios giravam soltando flores pelas janelas...

Vem comigo!
Vem!
Corre comigo!
E quando nos cansarmos,
Sentaremos na praia segurando os grãos de areia sem deixá-los esvairem-se entre nossos dedos.

Corina Sátiro - 22/09/2016



'


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Fuga

Um animal aprisionado pode arruinar-se,  e debater-se até que lhe abram portas às trilhas

Então os parques se abrem num campo de flores a olhar o coração frágil e pulsante que suplica caminhos livres para a fuga

Em passos longos adentro a noite e sei que ela é guardiã das frágeis criaturas que sofrem uma espécie de metamorfose espiritual
Percebendo que há luzes nos céus salto no tempo a correr

Outro horizonte:

Outra trilha paralela leva-me às ruas
onde caminharei até ao amanhecer e despertarei noutra vida sem os temidos predadores

Novos horizontes me levam a viver
O nevoeiro dissipa-se aos poucos e corro de minhas ilusões a procurar a máquina do tempo para voltar a reecontrar-me em tempo real

Talvez possa voltar ao meu habitat quando a harmonia fizer morada em
meu jardim.

Em minha volta os predadores saciados já estarão a trilhar outros rumos.

16/08/2016

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Dama de Louça

Hoje fui triste. Não sei a que horas por que estava rindo e dispersa.
Feroz na voz, enjaulada em pensamentos sem fim...
Não fui vencida e não sou anjo, voo e não tenho limites, o infinito é minha casa mais próxima.  
Com voz estridente gritei para que abrisses os olhos e me ouvisses,
E tentei dizer-te que a canoa virou.
Das verdades, não sei.
Não te quero mais,
Não sou domesticável como pensas, sou a dama que se quebra.
Não fui banida... Por que não fui? Sou alma.
Sou a dama que viaja no trem para os confins do fim.
Hoje não me gosto, mesmo que rindo e dançando.
Hoje estou cruel, num dia de adivinhações,
Ferindo meus próprios sentimentos
Qual é a mágica que me traz pureza e risos a estas horas?
Qual é o risco de não viver sorrindo?
Não tenho medo de chorar.
Nunca tive.
Chega de falar com olhos que nunca me veem,
Com bocas que não me falam.
Fecho os olhos, fecho a porta.
Fui perdida, fui vencida.

Corina Sátiro – não datado

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Busca


Se hoje prefiro estar só, por que abordas-me sobre o que faço, o que quero, ou como estou e onde vou em minha quietude?

Renasci nas horas que se passaram naqueles meses, no ano que findou lentamente e que já não existe mais.
Sou a minha própria voz a chamar-me baixinho e gentilmente para o novo.

Quantas vezes preciso dizer-te que o amor nunca morre? Vive para sempre. Apenas transforma-se.

Corina Sátiro - 13/09/2016