Passam-se as horas na aldeia onde estreito-me na rede de linho branco do pequenino chalé
Onde o sol batera quente deixando o cheiro da
terra mais forte.
Visualizo o horizonte laranja.
Sua presença é tão forte que às vezes ouço seus
passos,
Posso sentir suas mãos tocar meus cabelos.
A saudade tem o cheiro da chuva...
A mesma que acompanha este vendaval e não tem
Forças para apagar meus sonhos,
Pois são mais que belos; são mágicos!
Penso na distância e não quero pensar!
Preciso observar o horizonte que aos poucos
escurece acalentando a aldeia.
Nos primeiros passos da noite contrasta com um
pequeno ponto luminoso no céu.
Talvez seja algum amor perdido...
Quando amamos sem “freios” é natural a perda da
direção e do espaço.
A noite joga-se por toda a aldeia trazendo só o
silêncio, e eu adormeço sem você.
Sonho com lençóis de seda e frutos maduros.
Ouço a queda d’água na cascata que bate com
violência nas pedras e rolam sem direção.
Estou sem direção.
Meu mundo é de água e desloca-se a caminho de um mar
solitário.
Tudo é lindo e triste sem você.
Até quando terei que esperar por você?
No próximo ano a aldeia terá índios e uma festa
linda,
Cheia de frutos e flores só para nós.
Cantaremos as canções dos nativos para espantar
nossos medos.
Sátiro - 06/09/2015
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